quinta-feira, 08 de janeiro de 2009.
Por Bruno
Solar dos Pinheiros APT. 212, hoje, salvo engano, pertence ao tio paulinho...
Quanta saudades daquele prédio, não via a hora de chegar as férias de julho para viajarmos para São José dos Campos, na casa da vó mafalda e do vô joca...esses dois me fazem encher os olhos de lagrimas!!!A vó sempre assoviando e fumando que nem uma caipora, cada canto do apt tinha um cigarrinho queimando, nunca terminava sequer de fumar um cigarro inteiro, sempre atenciosa com os netos. E o vô joca entaum, unico problema é que era São Paulino, hoje deve estar contente com seu time...
Lembro de um jogo que fomos ao pacaembu (corinthians X juventos), eu, tio carlos, meu irmão (são paulino, mas que vestiu a camisa do timão e gritou "TIMÃO EÔ" HAHAHAHAHAHA), rafa e du, fizemos uma aposta, eu e o joca, lógico que ele apostou no juventos, mas não deu outra, golaço do neto de falta do meio da rua, ao chegarmos no apto ele ja estava com o dindin no bolso para me entregar.
Saudades dos primos de la tbm...dos amigos do predio, virava uma festa aquilo, um monte de molecada correndo de um lado para o outro, parecia até uma colônia de ferias... coitado so seu zé (zelador).
Lembro de um jogo de futebol de salão que fizemos, os primos contra os meleques do predio (escalação: bruno, thiago, gugu, rô e claudio) "miragaia futebol clube"...lógico que deu a lógica ganhamos nos penaltis, eu fui o goleiro daquele timaço...
E o dia que o chuveiro pegou fogo, hahahahahahahahha, lembra lulu, minha mãe saiu correndo do chuveiro, desceu de toalha toda molhada...ela jogava agua no chuveiro para apagar o fogo e só piorava o curto kkkkkkkkkkkk.
Lembro da doceria que tinha vizinha do prédio, "doceria do vale", um dia pedimos dindin pra vó para comprarmos alguns docinhos, ela prontamente nos deu o cascalho e fomos para doceria, chegando la, simplesmente o dindin que ela nos deu ja havia saido de circulação ha muito tempo, mas valeu a intenção.
Saudades tbm de fazer a barba do vô joca, brinacava de barbeiro com ele, depois de muito tempo fiquei sabendo que ele não gostava muito daquilo, hahahahahahahahahha, foi um trauma na minha vida hahahahahahahha, mas ele deixava só pra me agradar...
Enfim, só queria dizer o quanto tenho saudades daquele tempo e do apt dos meus avós, se lembrar mais alguma coisa mando mais depoimentos...
E VIVA OS MIRAGAIAS!!!!!
NANDO:
REUNIÕES NOTURNAS NA VARANDA - PIPOCA E SORVETE
Todas as noites os filhos e netos da Vovó e do Vovô, e alguns amigos da família, reuníamos na varanda do sobrado para um delicioso bate–papo, na época não tinha TV, e lá ficávamos até as 9:30h, os adultos contavam histórias que adorávamos ouvir, os tios eram muito criativos, e engraçados, e principalmente muito unidos.
Nos ficávamos na praça correndo e brincando, bem antes disso tudo, havia um ritual muito especial, a Vovó Emília reservava um “cruzeiro” para cada neto, nos íamos lá pedíamos a benção, e ela tirava do bolso o dinheiro e nos tínhamos que decidir se comprávamos pipoca na esquina da praça Dr. Gama, ou chupávamos um picolé no Bar do Comercio, no domingo o dinheiro era maior, dava para os dois.
MANGUEIRA
Havia no sobrado uma mangueira frondosa de manga coração de boi, nos os netos capetas vivíamos em cima da mangueira durante a safra, era uma manga saborosa e deliciosa, o desafio era apanhar a manga mais amarela e vermelha com a mão, a mais bonita era para a Vovó Emília, para o Vovô não era possível, pois ele tinha um ciúmes enorme da mangueira e ficava cutucando com a vara de bambu, para que saíssemos de cima. Nesta fase Vovó já estava caduco, mas era um caduco muito engraçado.
LOURO E MULATA
No sobrado havia um casal de papagaios, o Louro e a Mulata, eles eram criados soltos, e falavam bastante, chamavam a Vovó por Emília e a Nananinha por Diuna.
Quando Vovó acordava a primeira coisa que fazia era levar café com leite com miolo de pão aos dois.
BOLO DE FUBÁ
Nunca mais achei, e olhem que procuro até hoje um bolo de fubá tão cremoso e delicioso como a Vovó fazia para o café da tarde, eu muito guloso não perdia um dia, a Odila ligava em casa avisando, o melhor pedaço ela separava junto com o café que fazia mandava ao cartório para seu filho adorado, Tio Joaquim.
Próximo capítulo
Velas para São José
Nananinha
Iaiaia (Tia Maria)
A Casa do Posto (Tio Joaquim)
Batizado do Vovô na fila do Cinema do Domingo.
EMÍLIA
LEMBRANÇAS DA CASA DA VOVÓ
Como o Fernando bem lembrou, a nossa infância, mocidade, foi marcada pela casa da esquina (tem uma foto no Blog).
Fernando, além das mangas maduras, tinha também a manga de vez (para quem não sabe é quando a manga esta quase madura), subíamos na árvore com um embornal (saquinho branco com alça ) onde a gente levava sal e faca para saboreá-las ( cadê o juízo rsrsrsr) e era ai sim que o vovô ficava muiiiiiito bravo.
Você se lembra dos cigarros escondidos nos buracos, onde o Juca deixava também um dinheirinho para Odila (ai! se passadas de mão pudessem falar ... rsrsrsrsrs)
O telefone eu ainda lembro, o nº, era 66 era chique de doer aquele telefone preso á parede.
Este é com a Claudia, por acaso Cláudia você ainda tem uma marquinha de mordida na mão? Posso te garantir que não fui eu ( rsrsrsrsrsr).
Depois conto mais . Beijos a todos, Emília
Obs.: Fernando, vou colocar a receita do bolo de Fubá no site
FLÁVIO
Sobre o JUCA:
CHICO o chofer de praça boa praça
Quem não se lembra do Chico, o motorista de praça que fazia às vezes de motorista particular e fiel escudeiro para o Juca? Era um Ford quatro portas 46 sempre muito polido, à disposição do velho, sabe lá Deus para que destinos? De vez em quando aparecia em Araçatuba sozinho, levando um presente do Juca. Minha mãe, sempre muito atilada e curiosa perguntava do pai e a resposta era invariável: "deixei-o em Birigüi"... mas na casa da praça informavam pelo telefone meia-meia: "saiu faz tempo, com o Chico". E ficava a incógnita...
OS NAMORADOS NA PRAÇA JAMES MELLOR
O velho Juca era cheio de truques. Um dia parece que comprou uma espingardinha de chumbo e da sacada de seu quarto disparava chumbinhos na cabeça dos namorados que se beijavam publicamente. Foi uma zueira só quando um casal resolveu protestar e chamou a polícia, que não veio mas perguntou e a resposta foi que não havia espingarda de chumbo em casa. Mas havia, descobriu-se muito mais tarde...
SOBRE O CIGARRO
Juca fumava escondido e abominava quem fumasse. Ai do neto ou filho, genro ou nora que fumassem diante dele! Um dia vinha muito pimpão da praça da igreja matriz para a pracinha da prefeitura, fumando baforadas largas. No sentido contrário vinham minha mãe e tia Diúna, que o viram. Ele só percebeu muito tarde na caminhada a presença-testemunha das filhas e enfiou o cigarro aceso no bolso do paletó. Quando as duas chegaram e o saudaram: "Oi! Papai! ", o paletó estava já em chamas e saia fumaça por dentro e por fora. Foi só o tempo de salvá-lo.
DOS CIÚMES -
[1] A VASSOURADA NA CABEÇA
Um dia estávamos todos na varanda, na reuniãozinha familiar que NANDO descreveu e eu deitei a cabeça no colo da Emília [a avó, não a neta]. Sorrateiramente o velho foi à cozinha e veio com o cabo da vassoura para espancar-me. Fugi em disparada e ele agitava a vassoura, cabo para cima, ameaçador. Eram ciúmes da velhinha dele.
[2] A LISTA TELEFÔNICA
Já também na caduquice dele, um dia subi ao quarto e fiquei debruçado no balcão vendo o movimento com Emília, segurando-lhe a mão. Juca entrou furioso e eu corri. Chamava-me de "pilantra". Era muito ágil na idade e veio até a balaustrada da escada e eu, já quase em baixo, recebi uma lista telefônica das grossas na cabeça.
Um dia conto mais.
LURDINHA [Maria de Lourdes]
...temos história não só do vovô, mas também da vovó,como era vaidosa. Um dia fomos à missa com ela, eu e Eloisa; quando chegamos à igreja, ela notou que estava com um sapato marron e outro preto. Nossa! como ela ficou brava, pois demos rizada; aí pediu para irmos em sua casa trazer outro sapato, pois ficou com os pés embaixo do banco e eu cai na besteira de dizer que ninguem ia notar......tive que ir correndo pegar outro sapato [ela disse não iria ficar na igreja e nem voltar com os sapatos um de cada cor]. Sempre vaidosa...
tenho mais histórias.
FLÁVIO [de novo !]
Vejo que é hora de contar mais, pois vou lembrando enquanto outros de vocês se calam. Por que? Escrevam, há sempre uma anedota, uma recordação dos velhos e dos tios.
[1] Tio JOAQUIM, o Joca
Hoje por exemplo vou contar do tio Joaquim, que me chamava de perna-de-pau mas me acarinhava muito com a imaginação dele a me ver "um Juiz de Direito", que era a fixação do velho Juca e dele, como donos de cartório. Foram cinco anos de faculdade no Rio e vez por outra o Joca me prometia o anel de formatura, a beca de formando, a túnica preta "pra quando você for Juiz..."
Eu fui um universitário rebelde, socialista, nunca desejei o formalismo do bacharel e com isso não tive o anel nem vesti a beca nem muito menos tornei-me Juiz, mas ele foi ao Rio quando me graduei e estava lá orgulhoso do sobrinho "advogado". Nunca me esqueci de seus estímulos e dessa fixação que era um cacoete dele e do pai.
[2] As FESTAS de meu avô, o Juiz e o Padre
Na linha da mesma fixação, o velho Juca organizava jantares ou festas em datas de sua preferência: o dia de São João, o de Nossa Senhora, Natal e Ano Novo. Era ocasião extraordinária quando vinha um personagem de São Paulo que admirasse e daí o jantar era servido com "convidados especiais", invariavelmente o Juiz de Direito e mulher, fosse quem fosse, e o Pároco da Igreja matriz. Os Juízes eram chatíssimos, sempre de fala complicada e meio pomposos, mas os padres eram di-ver-ti-dís-si-mos: o Padre Gastão, que comia tudo duplo. Na hora de servir ele queria dois bifes, dois ovos, duas colheres de arroz, duas de feijão, duas vezes a sobremesa da tia Diúna [deliciosas]. Bebia vinho sempre em duplas, mas nesse caso, duplas duplamente, porque era o branco e era o tinto [dois] e a repetição [quatro]. Imaginem...tio Joaquim queria que eu fosse Juiz de Direito... felizmente nunca ninguém me exigiu que fosse padre.
[3] A religião de minha avó, do meu avô e de tia Diúna
Tia Diúna era organizadora de tudo na matriz, fazia as reuniões festivas, ensinava o catecismo, visitava presos, acalmava doentes na Santa Casa, uma mulher vibrante e presente na sua fé que me deixou uma página escrita em sua letrinha desenhada, dessa de professora primária, mas firme, que copiarei mais adiante porque é uma carta e uma oração. Vó Emília tinha fé, era religiosa, mas diferia de tia Diúna ou de tia Maria porque não se vinculava necessariamente à Igreja. Muitas vezes disse-me que Deus estava com ela [e a Virgem Maria], mas que sua Igreja estava em seu coração e suas orações eram coisa íntima que não exigiam as cerimônias nem os rituais. Ensinou muito a fé que ainda hoje tenho, mas deu-me uma noção quando menino de que "Deus está dentro de nós" e assim até hoje vivi e acreditei. O velho Juca era de lances abertos e declarações públicas, prestigiava a Igreja e o pároco, indo às quermesses e homenageando datas, mas era a meu ver muito mais do espetáculo que da contrição. Sempre me disse que sua madrinha era Nossa Senhora e garantia que, sendo ele e minha avó os meus padrinhos de batismo, a proteção de Nossa Senhora [dele]/a Virgem Maria [de minha avó] também estendia-se a mim.
EMÍLIA
Há pouco tempo, aqui em São José encontrei um destes Juizes que o Flávio, citou “Dr. Pedro Barbosa”, e ele contou-me destas reuniões. Ele as denominava “SARAU” e disse que tinha uma filha do velho Juca que era muito inteligente e que tocava divinamente: TIA DITINHA. Foi muito bom ouvir dele estas lembranças Quanto a você Flávio, meu pai o chamava também de analfbeto ( forma carinhosa ), e realmente ele tinha muito orgulho de você ( dos outros sobrinhos também,claro, que cada um na sua especialidade rsrsrsr ).
FLÁVIO
Verdade, a Emília recorda bem. Tio Joaquim excedia em carinho e atenções comigo e o ANALFABETO [ou anarfabeto] era outra forma que usou para me chamar e tudo tinha e ver com a faculdade de Direito. Esteve presente nos momentos em que o analfabeto conseguiu algum avanço: assim foi quando me formei na faculdade de Direito e quando fui aprovado no Instituto Rio-Branco. Telefonou sempre. Era um homem informado, sabia dos fatos, e tinha uma relação muito afetuosa com as irmãs, embora, como todos faziam entre si, de vez em quando brigassem. Sabia muito bem quando estava irritado com minha mãe pois então não se referia em tom natural como "Ditinha", mas punha um artigo na frente ao referir-se a ela "a Ditinha" ou às vezes, mais brabo, "a Benedicta". Nisso também tia Yvone, na briga, referia-se a ela como "a Dita" e às vezes "a Benedicta". Amavam-se todos, mas costumavam ser geniosos, o que tiraram do Juca, nunca da Emília. Tia Maria foi a grande exceção, pois foi sempre doce e suave.
SÉRGIO
História da Terezinha
Aos primos mais novos vou relatar um pouco da história de minha mãe. Seu nome de nascimento era Maria Terezinha Miragaia Monteiro filha de Elzira e José Benedito. Elzira uma das filhas mais velhas de Juca e Emilia. Nasceu em outubro de 1925 e foi a primeira neta da familia. Tratada com muito carinho pelos avós maternos, Terezinha quis o destino ficar orfã muito cedo ( entre 10 e 12 anos ). Elzira sofrera de tuberculose e naquela época era uma doença fatal. Meu avô Jose Benedito morava em São Jose dos Campos e um tempo depois se casou novamente e minha mãe junto com seu irmão mais velho Hildebrando tiveram a companhia de uma madastra que na concepção da palavra era uma MADASTRA MESMO. Não demorou muito Hildebrando e Terezinha vieram morar com seus avós Juca e Emilia. Hildebrando mais velho seguiu seu caminho de independencia e minha mãe por ser mulher ficou mais tempo até se formar normalista no colegio Noroeste quando voltou de vez para São José . Com temperamento forte herdado dos Miragaias mais tradicionais, teve uma criação junto com seus tios onde a consideravam mais como irmã do que sobrinha. Lembro bem que seu relacionamento com os tios era feito chamando-os pelo nome sem o "tio". Como em uma narrativa do Flavio viviam se estranhando mais se amavam muito. Lembro-me da última vez que estive com tia Ivone ela me contou um pouco da sofrida vida de minha mãe e a raiva que ela, tia Ivone, tinha da Madrasta. Alias a Madastra ainda é viva e está atualmente com 97 anos. Tenho por ela uma um grande carinho, apesar dos problemas todos e acredito que no decorrer dos tempos as rusgas se não foram todas resolvidas pelo menos foram aliviadas. Apesar do temperamento dificil havia algumas pessoas que tinham um controle muito grande sobre ela. Uma delas era tia Mafalda que com seu jeito tranquilo conseguia "domá-la" com poucas palavras. Nem meu pai e nós filhos tinhamos um acesso a ela como tinha minha tia Mafalda. Posso dizer a vocês que a perda de meu tio Joaquim não foi sentida tanto por minha mãe como a perda da tia Mafalda. Lembro de algumas passagens de minha mâe com seus tios muito hilárias que terei a oportunidade de contar a todos futuramente, mas uma muito engraçada foi a visita de tia Ditinha em seu apartamento. Há anos as duas não se viam e quando se encontraram se abraçaram, choraram e quando foram pegar o elevador para ir no apartamento, tia Ditinha se recusou a pegar o elevador de serviço, pronto ja começou o bate boca...... Mamãe era geniosa, tinhosa mas de um grande coração. Seu velorio ocorreu na sede social do clube mais tradicional de São Jose na qual ela amava e venerava por ter sido fundado pelo avô Juca seu primeiro presidente onde eu ja tive a honra de ser diretor e vice-presidente, estando sendo preparardo para daqui a dois anos assumir a presidencia e continuar uma obra iniciada pela familia MIRAGAIA.
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3 comentários:
Bravo Nando, linda idéia e as historietas estão muito bem contadas. Creio que deveríamos sim cada um ir colecionando nossas histórias para mandar publicar inicialmente no BLOG, no entendimento de que serão depois editadas para serem lidas durante o encontro e o autor deve contá-las pessoalmente em sessões que organizaríamos para isso. bjos para todos, Flávio
Lurdinha,
Transformei seu comentário em história e lá está. De fato, você tem razão, podemos contar muitas histórias além das que já vamos fazendo grandes do Juca, mas também da Emília e dos tios. Tenho muitas dos tios e primos...Contarei. Bj., ANÔNIMO
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