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Foi de fato um cristão novo, Fernão de Noronha [que deu nome às ilhas] que introduziu no começo do século XVI a cana de açúcar no Brasil. Essa cultura viria a transformar o território distante em importante produtor e um reforço para a economia portuguesa. Diogo Fernandes, da Ilha da Madeira, tornou-se já em 1550 um dos principais produtores da cana. Os esforços institucionais da coroa portuguesa para organizar o território e fazê-lo produtivo levaram à adoção do sistema de capitanias hereditárias, que eram um novo conceito pelo qual se tentou a ocupação ordenada, sob um capitão-mór, e dar sentido à exploração econômica. Martim Afonso de Souza recebeu a Capitania de São Vicente de onde surgiu São Paulo e nela instalaram-se diversas sesmarias, entre as quais a de Itanhaem, entregue a um sesmeiro, também cristão novo, que viera aparelhado de empregados, de administradores auxiliares, de viajantes ["homens de inda e vinda"] e um grupo de homens dispostos a "tocar o negócio". Entre tantos teria vindo Joseph, depois por sucessivos casamentos entre cristãos novos, Oliveira e Miragaia, todos do norte de Portugal, em particular da cidade do Porto. Era gente inventiva que deu vida a territórios virgens e descobriram os poros por onde o penetrar e produzir. Gilberto Freyre parece dar guarida à tese de que os nomes de família adotado pelos judeus no ato de "conversão" repetem denominações de topônimos e árvores ou culturas. Assim Oliveira e Miragaia. Miragaia, como se viu em links que procurarei incluir futuramente [vale a pena ver onde há "clips"], é uma Freguesia [um distrito] na cidade do Porto, cujo nome teria surgido da saga contra a ocupação moura da qual se retirou um extrato ultra-romântico como canção popular que Almeida Garrett imortalizou [leiam acima, é linda como lenda].
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Foi de fato um cristão novo, Fernão de Noronha [que deu nome às ilhas] que introduziu no começo do século XVI a cana de açúcar no Brasil. Essa cultura viria a transformar o território distante em importante produtor e um reforço para a economia portuguesa. Diogo Fernandes, da Ilha da Madeira, tornou-se já em 1550 um dos principais produtores da cana. Os esforços institucionais da coroa portuguesa para organizar o território e fazê-lo produtivo levaram à adoção do sistema de capitanias hereditárias, que eram um novo conceito pelo qual se tentou a ocupação ordenada, sob um capitão-mór, e dar sentido à exploração econômica. Martim Afonso de Souza recebeu a Capitania de São Vicente de onde surgiu São Paulo e nela instalaram-se diversas sesmarias, entre as quais a de Itanhaem, entregue a um sesmeiro, também cristão novo, que viera aparelhado de empregados, de administradores auxiliares, de viajantes ["homens de inda e vinda"] e um grupo de homens dispostos a "tocar o negócio". Entre tantos teria vindo Joseph, depois por sucessivos casamentos entre cristãos novos, Oliveira e Miragaia, todos do norte de Portugal, em particular da cidade do Porto. Era gente inventiva que deu vida a territórios virgens e descobriram os poros por onde o penetrar e produzir. Gilberto Freyre parece dar guarida à tese de que os nomes de família adotado pelos judeus no ato de "conversão" repetem denominações de topônimos e árvores ou culturas. Assim Oliveira e Miragaia. Miragaia, como se viu em links que procurarei incluir futuramente [vale a pena ver onde há "clips"], é uma Freguesia [um distrito] na cidade do Porto, cujo nome teria surgido da saga contra a ocupação moura da qual se retirou um extrato ultra-romântico como canção popular que Almeida Garrett imortalizou [leiam acima, é linda como lenda].
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GAIA é entretanto a divindade da Terra para os Gregos [Géia, de onde vem geo, prefixo de tantos nomes que se referem à Terra - geografia, geologia, etc], mulher de Urano, mãe dos Titãs e dos Cíclopes, Gaia é a base, a força e a alegria da vida. Mira, do verbo mirar, é vista, do verbo ver, sinônimo de mirar. MIRA+GAIA tem assim o sentido de VISTA ALEGRE [ainda mais forte será traduzir o nome composto por VISTA da TERRA]. Na foz do Douro está o promontório de MIRAGAIA que Camilo Castelo Branco cantou no final de seu romance "Amor de Perdição" [obrigatório para quem deseja conhecer a história do Romantismo literário em Portugal]. A Freguesia de Miragaia é um lugar bucólico de arquitetura portuguesa clássica, barroca e romântica à beira do rio Douro. Não muito longe encontra-se Vila Nova de Gaia, entreposto de vinhos do Porto, lugar aprazível de onde saíu a família do Conde do Itamaraty que veio a construir o Palácio Itamaraty, no Rio de Janeiro, onde durante muitos anos funcionou o Ministério das Relações Exteriores e por metonímia deu nome à Diplomacia brasileira.
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Toda história pode ser ficção, mas não deixa de ter graça.
"Então, alguns, que atrai a vil conquista do só momento,
e ao mais fingem achar inútil,
erguem, num despeitado afã por seu fim fútil,
um teto de permeio a interceptar a vista".
[José Régio, um grande poeta português da primeira metade do século XX]
Se olharmos para trás e nada vermos, talvez barreira indevida tenha-nos impedido a imaginação. História é feita para contar não necessariamente para acreditar. Juca era imaginativo e fez de Birigüi sua conquista, viveu as festas de junho a espoucar foguetes, montou presépios e celebrou natais, enquanto na noite de São Silvestre ouvia a disputa entre corredores nas ruas de São Paulo com o rádio posto nas alturas, explodiu "champagnes" e fez da vida eterna festa. Não foi sempre linearmente assim, tinha rompantes de gênio e sabia comprar brigas. Sempre disputou com Getúlio a morte de Euclides. Era temperamental, ousado, disciplinador e indisciplinado. Um homem a quem se juntou a doce Emília, nossa avozinha suave.
(Enviado por Flávio)
(Enviado por Flávio)
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